O imperador romano Vitélio (15-69), só reinou oito meses e alguns dias (de janeiro a setembro de 69), o suficiente para se tornar célebre pelas suas depravações e crueldade. Tinha pelas artes divinatórias extrema aversão. No entanto, pesava-lhe a suspeita de ter matado a própria mãe de fome, por causa de uma profecia que lhe garantia “um reinado sólido e longo se conseguisse sobreviver a sua mãe”.
Texto de Bira Câmara
Nasceu em 24 de setembro e seu horóscopo, predito pelos astrólogos, deixou os parentes tão apavorados que o seu pai empreendeu sempre os maiores esforços para que não se confiasse a ele nenhum governo. Quando sua mãe recebeu a notícia da ascensão de Vitélio ao império, chorou-o como se ele tivesse morrido.
A fama de glutão atravessou os séculos e até hoje Vitélio é lembrado pelos excessos na mesa. Neste caso a palavra excesso não passa de uma figura de linguagem para este libriano que não conhecia limites para o seu apetite, nem primava pelo equilíbrio e moderação... No mais famoso dos seus banquetes, oferecido a ele pelo seu irmão, foram consumidos dois mil peixes e sete mil pássaros da melhor espécie.
Perseguiu e condenou astrólogos à morte sem os ouvir, à vista de qualquer denúncia. Suas perseguições tornaram-se ainda mais encarniçadas depois que publicou o édito por meio do qual os expulsava de Roma e da Itália, concedendo-lhes um prazo que ia até as calendas de outubro. Mas estes responderam com insolência, através de cartazes afixados pela cidade com os seguintes dizeres:
“Saudações a todos! Os caldeus proíbem a Vitélio Germânico de estar em qualquer parte do mundo, antes do dia mesmo das calendas de outubro”.
Em 20 de setembro de 69, cumprindo a insolente predição, Vitélio estava morto. Outra profecia também se cumpriu, a de que tombaria sob o poder de um gaulês, pois o chefe do partido adversário que o derrotara tivera na infância o apelido de Gaulês.
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