Este soberano era da opinião que “não sabia reinar quem não soubesse dissimular”. Praticamente acabou com o feudalismo na França, livrando-se dos senhores feudais pela violência quando a astúcia não era suficiente. Enfrentou e venceu quinhentos nobres que se organizaram contra ele.
Ao final da Idade Média, não havia nenhum rei ou pequeno senhor feudal cuja corte não tivesse um astrólogo, de cujas predições dependia a sorte do Estado. Na corte de Luís XI, este cargo era desempenhado por Ângelo Catto, arcebispo de Viena. Levado à França pelo príncipe de Tarento, alcançou notoriedade pelo acerto de suas previsões. Em 1477 predisse a derrota e a morte do duque de Borgonha – Carlos o Temerário –, o mais forte dos adversários do rei, prevenindo o seu patrão três dias antes da batalha onde ele perderia a vida. O arcebispado de Viena foi-lhe concedido pelo rei em agradecimento aos seus serviços.
Conta-se uma anedota curiosa a respeito de Luís XI e um astrólogo que previra a morte de uma dama por quem ele estava apaixonado. Como esta predição deixou-a muito aflita, o rei chamou o adivinho a sua presença, tratando-o com fingida importância e perguntou-lhe:
– Tu, que segundo parece, tudo sabes, responde-me: quando morrerás? – O astrólogo, desconfiado de uma armadilha, respondeu-lhe de imediato:
– Senhor, três dias antes de Vossa Majestade.
Apesar de sua fama de crueldade, a astuta resposta do astrólogo desarmou-o. O medo e a superstição falaram mais alto e o rei não só deixou o hábil impostor impune, como também protegeu-o com muito cuidado.
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