terça-feira, 20 de outubro de 2009

PÍLULAS

Um astrólogo de Turim levantou o horóscopo da duquesa de Borgonha e previu que ela morreria aos vinte e sete anos de idade. Ela falava nisso constantemente e um dia disse ao seu marido: "Está se aproximando a data em que devo morrer; você não pode ficar sem esposa por causa de sua posição e de sua devoção conjugal; então eu lhe pergunto, com quem você se casará?" Ele respondeu: "Espero que Deus nunca me castigue tão cruelmente, fazendo-me assistir a sua morte; mas se essa desgraça é inevitável, eu não me casarei jamais, pois, oito dias depois, eu a seguirei no túmulo". E, com efeito, sete dias depois da morte da condessa, ele também morreu.

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Charles II
, rei da Inglaterra, se fechava durante horas com o duque de Buckingham no afã de produzir ouro através da alquimia ou para tentar adivinhar o futuro pela leitura dos astros. Recomendaram-lhe o abade Pregnani, um químico competente e astrólogo reputado, que gozava de grande prestígio em Paris, particularmente junto às damas. Mas o abade teve uma desastrosa performance nas corridas de cavalo de New-Market, aonde o rei o havia levado: teve o cuidado de fazer o horóscopo dos cavalos que disputariam o prêmio, e perdeu muito dinheiro apostando sob a fé de suas próprias predições...

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A condessa Potocka contou muito sériamente nas suas Memórias a profecia de um astrólogo em Poniatowski, na Cracóvia, no momento em que nascia o seu filho Stanislas: "Eu te saúdo, rei dos poloneses, eu te saúdo desde hoje, ainda que ignore a ascensão a que você está predestinado, e as desgraças que se seguirão à ela." – disse o astrólogo. – Com efeito, Stanislas se tornou rei e a Polônia foi desmembrada durante o seu reinado.

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Um astrólogo chamado Barbé leu nos céus o destino quase real de Françoise d’Aubignéquando era ainda casada com o escritor humorista Paul Scarron, vinte cinco anos mais velho que ela. Depois de enviuvar, tornou-se amante de Luis XIV, que a desposou secretamente em 1683...

sábado, 17 de outubro de 2009

Excentricidades de Marte

Rhaeticus, Georg Joachim, nascido em 1514, foi o astrólogo discípulo de Copérnico a quem foi confiada a publicação de sua obra. Anexou ao sistema astronômico do mestre suas próprias predições e, no seu livro Narratio Prima, tentou provar que a data da segunda vinda de Cristo dependeria das variações de excentricidade da órbita terrestre. Deu também a estimativa da duração do mundo, seis mil anos, de conformidade com a profecia de Elias. 

O dilúvio de 1524

Em 1524 muitos astrólogos, como o alemão
Johannes Stöffler, prognosticaram um dilúvio de proporções mundiais que engoliria a humanidade, por conta de uma conjunção de todos os planetas em Peixes, no mês de fevereiro deste ano. A Europa inteira passou um ano de apreensão e nada aconteceu, o que não impediu os astrólogos a continuarem com suas previsões..
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O astrólogo que burlou Luís XI

Luís XI, rei da França de 1461 a 1483, foi um político hábil, mas cruel, despótico e sem escrúpulos. Conseguiu unificar a França e impor obediência aos senhores feudais, apoderando-se de boa parte de seus territórios para anexar à coroa. 

Este soberano era da opinião que “não sabia reinar quem não soubesse dissimular”. Praticamente acabou com o feudalismo na França, livrando-se dos senhores feudais pela violência quando a astúcia não era suficiente. Enfrentou e venceu quinhentos nobres que se organizaram contra ele. 

O cometa de Napoleão

No dia em que Napoleão nasceu, a 15 de agosto de 1769, um cometa foi visto a olho nu, prenunciando-lhe um destino excepcional. Ao morrer, em 5 de maio de 1821, outro cometa também foi visto nos céus. Este astro havia sido observado pela primeira vez em 11 de janeiro deste ano. 

Texto de Bira Câmara

A morte do rei Henrique IV da França foi anunciada por vários astrólogos, o que provocou um comentário irônico por parte deste soberano:


“Eles acertarão um dia e o povo se lembrará melhor dessa única vez em que a predição foi verificada, do que das inúmeras outras em que falharam”.

Maria Antonieta
(1755-1793), rainha da França durante o tumultuado período da revolução, nasceu no mesmo dia do terremoto de Lisboa. O astrólogo oficial da corte austríaca levantou o seu horóscopo e sua leitura foi tão negra que as festas normalmente realizadas para comemorar o nascimento de uma princesa real foram suspensas. Houve consternação na corte. E, de fato, poucos personagens tiveram uma vida tão trágica e infeliz quanto a de Maria Antonieta....

Um caso clássico de “gêmeos astrais”

Humberto I
(1844-1900), rei da Itália, não teve nada a ver com a astrologia, mas sua vida até hoje é lembrada pelos astrólogos, para ilustrar um caso de “gêmeos astrais”.

Conta-se que ele foi apresentado a um súdito que tinha muita semelhança física com ele. Depois de uma investigação, soube-se que este homem tinha nascido no mesmo dia e na mesma hora que o Rei, casara com uma mulher com o mesmo nome da Rainha e ambos tinham um filho chamado Vitório. 

Não bastasse isso, o súdito começara seu negócio no mesmo dia em que o Rei assumira o trono. 

Quando estava em Monza, Humberto soube que aquele homem tomaria parte num torneio de tiro no qual ele faria a entrega dos prêmios e manifestou o desejo de encontrar-se novamente com o seu sósia. Mas, perto da hora do encontro, o Rei foi informado que o sósia morrera num disparo acidental ao limpar a arma. E antes que pudesse chegar à cena do acidente, o próprio Humberto foi assassinado por um anarquista.

Um imperador com senso de humor

Vespasiano, imperador romano de 69 a 79, proibiu os astrólogos de pisar território italiano, só fazendo exceção para Barbílio, a quem consultava. Desde a infância teve a convicção de que seria imperador um dia, devido a inúmeros presságios. Quando veio ao mundo, um arúspice anunciou à sua avó “que lhe nascera um neto que seria César”.

Texto de Bira Câmara

Profissão perigosa

O ofício de astrólogo e adivinho era dos mais arriscados na antiguidade, pois os poderosos não costumavam perdoar as profecias acertadas, quando anunciavam desastres, nem quando falhavam se previam sucessos. Nabucodonosor, rei da Babilônia, mandou executar todos os adivinhos porque não conseguiam interpretar um de seus sonhos. Na Atlântida, segundo a lenda, seus habitantes executaram os adivinhos que previram a destruição do continente. Já o profeta Isaías acabou executado por Manassés, por ter anunciado a destruição de Jerusalém.

Vitélio e os astrólogos

O imperador romano Vitélio (15-69), só reinou oito meses e alguns dias (de janeiro a setembro de 69), o suficiente para se tornar célebre pelas suas depravações e crueldade. Tinha pelas artes divinatórias extrema aversão. No entanto, pesava-lhe a suspeita de ter matado a própria mãe de fome, por causa de uma profecia que lhe garantia “um reinado sólido e longo se conseguisse sobreviver a sua mãe”. 


Texto de Bira Câmara


Voltaire (1694-1778), no seu “Dicionário Filosófico” combateu a astrologia, usando o argumento da precessão dos equinócios para provar o erro dos astrólogos. 

O conde de Boulainvillier, que elaborara o horóscopo de Voltaire a pedido de seu pai, quando ainda bebê, e um astrólogo profissional chamado Colonne tinham predito a morte de Voltaire aos 32 anos. E, como ainda estivesse vivo mais de 30 anos depois desta previsão, Voltaire publicou uma carta pedindo desculpas aos astrólogos por ter frustrado suas expectativas... 

No entanto, o que este genial escritor se esqueceu de dizer é que, aos 32 anos, na idade prevista pelos astrólogos, envolveu-se num affaire com o duque de Rohan e respondeu aos seus insultos com a habitual ironia, o que lhe valeu algumas bastonadas, aplicadas por um criado do nobre. Por causa disso, Voltaire desafiou o duque para um duelo, do qual dificilmente sairia vivo. Mas, na manhã do dia marcado para o confronto, teve a prisão decretada por algum panfleto antigo e foi levado à Bastilha, escapando por pouco de morrer nas mãos de seu desafeto...

A astrologia como piada

O imortal escritor inglês Jonathan Swift (1667-1745), autor de “As Viagens de Gulliver”, entusiasta defensor da Razão e inimigo feroz de todas as formas de superstição, acabou produzindo um dos episódios mais hilários da história da astrologia. Em sua época, em plena era do Iluminismo, as classes cultas tinham por moda escarnecer das chamadas “artes divinatórias”.


Texto de Bira Câmara


A astrologia no fundo do poço

No século dezessete a astrologia começa a cair em descrédito entre os intelectuais e pessoas cultas, como bem ilustra a fábula de La Fontaine (1621-1695), poeta e acadêmico francês:

Um astrólogo, certo dia, deixou-se cair, 
No fundo de um poço. E disseram-lhe: Grande tolo 
Se mal podes ver onde põe os pés, 
Como te atreves a decifrar o que não enxergas?

sábado, 10 de outubro de 2009

Dürer, o pintor que anunciou a Nova Era

Albert Dürer
(1471-1528), célebre pintor e gravador alemão, gozou do apoio e proteção de vários soberanos, como os imperadores da Alemanha Maximiliano I, de Habsburgo, e Fernando I, e o rei da Espanha e Alemanha Carlos V, que lhe deu um título de nobreza e fez dele o seu pintor oficial. Foi amigo de personalidades nos mais diversos campos de atividade: Erasmo, Lutero, Leonardo da Vinci e Ticiano. 

A ASTRÓLOGA QUE PREVIU A ASCENSÃO DE HITLER

  Elsbeth Ebertin, (1880-1944), astróloga alemã nascida em Munique, ficou célebre em 1923 depois de ter publicado o seu almanaque anual de p...