Um astrólogo de Turim levantou o horóscopo da duquesa de Borgonha e previu que ela morreria aos vinte e sete anos de idade. Ela falava nisso constantemente e um dia disse ao seu marido: "Está se aproximando a data em que devo morrer; você não pode ficar sem esposa por causa de sua posição e de sua devoção conjugal; então eu lhe pergunto, com quem você se casará?" Ele respondeu: "Espero que Deus nunca me castigue tão cruelmente, fazendo-me assistir a sua morte; mas se essa desgraça é inevitável, eu não me casarei jamais, pois, oito dias depois, eu a seguirei no túmulo". E, com efeito, sete dias depois da morte da condessa, ele também morreu.
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Charles II, rei da Inglaterra, se fechava durante horas com o duque de Buckingham no afã de produzir ouro através da alquimia ou para tentar adivinhar o futuro pela leitura dos astros. Recomendaram-lhe o abade Pregnani, um químico competente e astrólogo reputado, que gozava de grande prestígio em Paris, particularmente junto às damas. Mas o abade teve uma desastrosa performance nas corridas de cavalo de New-Market, aonde o rei o havia levado: teve o cuidado de fazer o horóscopo dos cavalos que disputariam o prêmio, e perdeu muito dinheiro apostando sob a fé de suas próprias predições...
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A condessa Potocka contou muito sériamente nas suas Memórias a profecia de um astrólogo em Poniatowski, na Cracóvia, no momento em que nascia o seu filho Stanislas: "Eu te saúdo, rei dos poloneses, eu te saúdo desde hoje, ainda que ignore a ascensão a que você está predestinado, e as desgraças que se seguirão à ela." – disse o astrólogo. – Com efeito, Stanislas se tornou rei e a Polônia foi desmembrada durante o seu reinado.
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