Elsbeth Ebertin, (1880-1944), astróloga nascida em Munique, ficou célebre em 1923 depois de ter publicado o seu almanaque anual de profecias com o horóscopo de Adolf Hitler, então com trinta e quatro anos de idade.
Na sua interpretação, Ebertin revelou a firme convicção de que ele imprimiria ao “pêndulo da história um impulso poderoso” e que subiria tão alto quanto Mussolini. Abaixo, o resumo de sua interpretação:
“Um homem de ação nascido em 20 de abril de 1889, com o Sol em 29° de Áries no momento do nascimento, pode expor-se a um grave perigo pessoal devido a um ato excessivamente imprudente, que provavelmente desencadeará uma crise incontrolável. Os astros indicam que este homem deve ser levado muito a sério; está destinado a desempenhar nas batalhas futuras o papel de um Führer. Parece que o homem em questão, com esta forte influência de Áries, está destinado a sacrificar-se pela nação alemã, a enfrentar todas as circunstâncias com força e coragem, mesmo quando se trate de um caso de vida ou morte, e a dar um impulso absolutamente novo a um movimento alemão de libertação.”
A Srª. Ebertin havia assistido a um dos comícios de Hitler e ficara impressionada com seu magnetismo. Nesta ocasião, confiou a um amigo que ele tinha “o ar de um possesso, de um médium, do instrumento inconsciente de potências superiores”. Como haviam aspectos planetários muito críticos para o mês de novembro de 1923, a astróloga enviou um exemplar do seu almanaque à sede do jornal do partido nazista. Não se sabe se ele chegou às mãos do ditador, mas Ebertin diria, um ano depois, que os amigos de Hitler lhe entregaram um almanaque. Depois de o ler, ele teria reagido com irritação, exclamando: “Que diabo as mulheres e os astros têm a ver comigo?” No dia 8 de novembro a História registrou o golpe fracassado de Hitler, que lhe custou, além de uma fratura na clavícula, nove meses de prisão. Durante este período escreveu o primeiro livro de “Mein Kampf”, onde revelou ao mundo o “impulso poderoso” que pretendia dar à história mundial...
Elsbeth Ebertin morreu em novembro de 1943, durante um bombardeio aéreo sobre Friburg, onde vivia. Segundo o seu filho, ela pressentira o seu fim a partir do horóscopo da maioria das pessoas que moravam na vizinhança. Se tivesse fugido, teria provocado pânico nas pessoas, pois elas acreditavam que “enquanto a Sra. Ebertin continuasse ali, nada poderia acontecer”.
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